Acredite, viajar com seu pet para a Europa pode ser um processo bastante confuso e burocrático, mas não é nada de outro mundo!

Neste post vou detalhar como foi a nossa experiência para trazer dois gatos do Brasil para a Dinamarca que, apesar de não estar na zona do Euro, é considerada membro da União Europeia.

Vale ressaltar que o motivo da viagem é a nossa mudança de país, ou seja, é classificada como movimentação de animal para fins não comerciais. Isso é importante porque determina os trâmites e requerimentos do processo.

Nos baseamos muito no site oficial da Dinamarca e meu primeiro conselho é que você consulte o site oficial do país para o qual você está indo para estar seguro dos requerimentos daquele país específico.

De maneira resumida, as etapas para uma viagem com seus bichinhos para UE são:

  1. Microchipagem
  2. Vacinação contra raiva
  3. Teste de sorologia antirrábica
  4. Consulta ao veterinário
  5. Emissão do CVI (Certificado Veterinário Internacional)
  6. Chancela CVI (solicitado apenas por alguns países)

Comece a se programar com antecedência, pois o processo todo pode levar, em torno de 4 meses.

RESERVA DO ANIMAL NA COMPANHIA AÉREA

Bom, não necessariamente essa deve ser a primeira etapa, você pode iniciar o processo de preparação dos bichinhos antes de comprar sua passagem e reservar sua viagem. O importante é que, assim que você fizer a compra da sua passagem, já entre em contato com a companhia aérea para informar sobre sua intenção de levar os pets, pois o número de animais a bordo permitido é limitado e, o quanto antes você reservar, já garante a vaga dos seus.

Consulte no site da companhia as limitações de peso para definir se seu animal irá com você na cabine ou no porão.

No nosso caso, como meu esposo quem viajou sozinho com nossos 2 gatos com a Lufthansa, por isso optamos por viajar com um deles na cabine e o outro no porão.

Achei interessante porque não recebemos absolutamente nenhuma confirmação, todo o processo é feito por telefone e você só paga pela reserva no balcão do check-in no dia do embarque.

Importante dizer também que, como eu sou a tutora principal, por assim dizer, precisei deixar preparado uma autorização para que meu esposo pudesse viajar com os dois, aliás, foram 2 autorizações: uma exigida pela Dinamarca (que também é exigida por outros países da UE) e uma exigida para emissão do CVI (essa eu mandei digitalizada para ele). Além disso, é preciso preencher também a declaração de movimentação não comercial (o modelo deve estar em inglês e outro idioma oficial autorizado pelos membros da UE, este está em inglês e alemão).

1. MICROCHIPAGEM

A implantação do microchip é um processo super rápido e parecido com a vacinação, já que o microchip, como o nome sugere é bem pequeno. O processo é feito por qualquer veterinário e, assim que implantado, o veterinário confere se está tudo ok fazendo a leitura do chip com um aparelho específico.

Os dados básico são lançados no site do próprio fabricante do chip. No nosso caso, foi o AnimallTag e, depois de lançados os dados básicos (veterinário / clínica responsável), nós mesmos lançamos mais detalhes no cadastro deles como endereço, foto, vacinas anteriores etc.

Importante: o microchip precisa estar de acordo com os padrões ISO 11784 e ISO 11785, deve ser datado, carimbado e assinado pelo veterinário.

2. VACINAÇÃO CONTRA RAIVA

Feita a microchipagem, se seu bichinho tem mais de 12 semanas está pronto para receber a vacina contra raiva (caso tenha menos de 12 semanas, as regras podem ser diferentes e de novo sugiro verificar o site oficial do governo).

Optamos pela vacina internacional por indicação da nossa veterinária, no caso foi a Nobivac Raiva do laboratório MSD Saúde Animal, mas acredito que existam diversas opções.

Tenha tudo registrado na carteirinha de vacinação do seu pet: etiqueta da vacina com lote, fabricante e validade, data da aplicação, dados do seu bichinho (nome, idade, raça, cor etc).

Importante: A vacinação deve ser feita após a microchipagem. Na realidade, é possível fazer ambos no mesmo dia mas, recomendamos dar um intervalo de pelo menos 1 dia para não gerar confusão.

3. TESTE DE SOROLOGIA ANTIRRÁBICA

O exame de sorologia deve ser feito, no mínimo, 30 dias após a vacinação e, pelo menos, 3 meses antes do embarque.

A coleta do sangue para análise deve ser feita por uma clínica / veterinário que conheça este processo, pois é preciso enviar as amostras para um dos laboratórios aprovados pela UE que, por sinal, são poucos no Brasil. A lista pode ser verificada neste link. Li em diversos sites e todos faziam referência ao laboratório TECSA em Belo Horizonte, no nosso caso, também foi este laboratório.

Como somos (éramos, hehe) do interior de São Paulo, agendamos a coleta de sangue na clínica Vetpat em Campinas que foi indicação da nossa veterinária. Quando você ligar para agendar (também pode ser feito através do Whatsapp) eles passarão todas as instruções para o dia do exame (os bichinhos precisam estar em jejum de 12 horas, água liberada).

Inicialmente fomos informados pela clínica que o prazo entre a coleta da amostra e recebimento do laudo é em torno de 20 dias, no nosso caso, levou alguns dias a mais, então considerem 1 mês para recebimento do laudo (a partir da coleta do sangue).

4. CONSULTA AO VETERINÁRIO

Acesse o site para emissão do CVI.

Clique iniciar e preencha os campos obrigatórios, a explicação detalhada de como preencher você pode consultar no Manual do e-CVI.

Neste momento, você deve apenas finalizar a etapa 1 do CVI para que possa fazer o download do Atestado de Saúde que o veterinário precisará assinar. Alguns campos de identificação do animal já estarão preenchidos, enquanto outros, o veterinário preencherá. Também é preciso carimbo e assinatura em caneta azul do veterinário.

Importante: Esta etapa deve acontecer dentro dos 10 dias anteriores ao embarque. O objetivo da consulta é a obtenção do atestado de saúde animal, exigido para emissão do CVI.

5. SOLICITAÇÃO DO CVI

Com todos os documentos agora em mãos, você (ou a pessoa que está solicitando o CVI, no nosso caso foi meu esposo) deve assinar eletronicamente os arquivos que serão anexados através do site do governo, após fazer seu cadastro e login ou diretamente pelo app do governo (gov.br).

Assim, finalizam a etapa 2 e enviam a solicitação do CVI.

Você pode consultar o andamento da emissão e responder caso receba alguma solicitação de correção. O processo pode demorar até 72 horas e, por ser automático, são considerados dias corridos.

Assim que emitido, baixe e imprima o CVI.

6. CHANCELA DO CVI

Esta etapa consiste em um carimbo e assinatura no CVI por um veterinário oficial da Vigiagro e apenas é requerida por alguns países, fique atento também aos países de trânsito, ok? Você pode checar quais países têm essa exigência aqui.

Como meu esposo teve uma escala na Alemanha tivemos que chancelar pois Alemanha é um dos países que exige (mesmo a Dinamarca, destino final não estando nessa lista).

Neste link você consulta a lista de unidades Vigiagro que disponibilizam a chancela fisica (que pode ser feita em qualquer unidade, não necessariamente no aeroporto de partida). Assim que identificar a unidade mais próxima, entre em contato por e-mail ou telefone para confirmar o horário de atendimento e necessidade (ou não de agendamento).

Nós chancelamos na Vigiagro em Viracopos, Campinas e o aeroporto de embarque foi Guarulhos. Não foi preciso agendar, meu esposo só chegou lá dentro do horário de atendimento com todos os documentos e o processo foi bem simples e rápido.

DICAS GERAIS

  • No dia da viagem, prefira alimentar seus pets umas 9h antes do embarque, isso evita que eles se sintam muito apertados e façam muita sujeita no trajeto.
  • Não é recomendado o uso de tranquilizantes na viagem, eles podem ter um efeito bem ruim quando os bichinhos recuperam os sentidos. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu veterinário de confiança.
  • Atenção às medidas permitidas e características requeridas por cada companhia aérea quanto à caixa transportadora dos seus pets.
  • Forre a bolsa / caixa de transporte com tapete higiênico.
  • Fique atento aos aeroportos que são “pontos de entrada” para animais na Europa. Eu diria que são os principais, mas não são todos, a lista está aqui.
  • O número máximo de animais que você pode levar na sua viagem são 5.
  • O animal que irá no porão deve ser despachado antes de você passar pela segurança.
  • É indicado uma coleira / peitoral e que você leve uma guia com você, mesmo que seu gatinho não esteja acostumado, pois você precisará tirá-lo da caixa para passar no raio-x e isso evita uma eventual caçada caso ele se assuste e tente fugir.
  • No nosso caso, os documentos foram verificados mais no detalhe apenas na Dinamarca (destino final), na Alemanha, foi feita apenas uma vistoria super rápida.



Apenas para terem uma ideia e referência, compramos esta para a cabine.
E essa para o porão.

Espero que esse post tenha te ajudado no processo, pois sabemos como nossos pets são importantes para nós.

Fique tranquilo, leia as instruções nos sites oficiais com bastante atenção e boa viagem!


Aline Mirante apaixonada por viagens, yoga e meditação. Originalmente de São Paulo, mas já morei na Alemanha e minha base hoje é a Dinamarca. Compartilhar minhas experiências foi a forma que encontrei de reviver minhas memórias e inspirar as pessoas a irem em busca de novas aventuras.

Você também pode gostar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *